Seus fios estão caindo mais e, ao mesmo tempo, você amamenta. É natural que surjam dúvidas: “Posso tratar agora? É seguro para o bebê?
A queda pós-parto costuma ser temporária, mas pode incomodar muito. Durante a amamentação, a prioridade é o cuidado seguro, respeitando a mãe e o bebê. Aqui explico o que costuma ser permitido, o que deve esperar e como conduzir sem ansiedade.
Sinais de alerta (procure avaliação médica):
Queda intensa além de 9–12 meses.
Rarefação localizada ou falhas que não combinam com eflúvio difuso.
Sintomas associados: fadiga, pele seca, variação de peso (pistas de carências ou tireoide).
Uso prévio de suplementos ou medicamentos sem orientação.
Dra. Carolina Borba • CRM-BA 15875
Atualização: 09/09/2025 • v1.0
Quer um plano compatível com a amamentação? Atendo em Salvador/BA com foco em esclarecimento e segurança.
O que é esperado durante a amamentação
Na maioria das mulheres, a queda de cabelo no pós-parto é eflúvio telógeno — difuso, temporário e autolimitado. Durante a amamentação, o corpo ainda se reorganiza hormonalmente. Isso significa que muitas vezes a paciência faz parte do tratamento.
👉 Para entender a linha do tempo, leia: “Queda de cabelo pós-parto: até quando é normal?”
O que é seguro cuidar agora
Alimentação rica em proteínas e ferro → carne magra, ovos, leguminosas.
Hidratação e rotina capilar gentil → evitar tração excessiva (coques, rabos apertados).
Suplementação orientada por exames → ferro, zinco, vitamina D, B12, quando realmente deficientes.
Produtos tópicos leves → shampoos de limpeza suave, loções vegetais sem álcool ou hormônios.
Cortes estratégicos → ajudam a disfarçar rarefação e facilitam o cuidado.
Como costumo dizer em consulta: “Não é sobre empilhar vitaminas, e sim descobrir o que seu corpo realmente precisa neste momento.”
O que deve esperar
Medicamentos orais para crescimento capilar (ex.: minoxidil oral) → não recomendados durante a amamentação.
Tratamentos hormonais → devem ser evitados até o desmame.
Procedimentos invasivos ou quimicamente agressivos → geralmente adiados.
Protocolos de detox agressivos → não combinam com o puerpério; a prioridade é segurança.
👉 Para entender melhor sobre nutrientes que fazem diferença, leia: “Deficiências no pós-parto e queda capilar: ferritina, vitamina D, zinco e proteínas”.
Rotina prática que ajuda
Sono possível: aceite ajuda da rede de apoio; descanso parcial já reduz estresse oxidativo.
Proteína em todas as refeições: auxilia na fase de crescimento do fio.
Autocuidado emocional: ansiedade amplifica a percepção da queda.
Registrar fotos quinzenais: ajuda a acompanhar progresso sem depender só da memória.
Quando investigar além do esperado
Se a queda não desacelera após 12 meses, se há falhas marcantes ou sintomas como fadiga, palpitações ou alterações de peso, pode haver relação com a tireoide.
👉 Leia também: “Tireoide no pós-parto e queda de cabelo: quando desconfiar e como investigar”.
Perguntas frequentes:
Amamentando, posso usar minoxidil?
As versões orais não são indicadas. As tópicas só em alguns contextos, sempre avaliadas caso a caso.
Quais suplementos são seguros?
Ferro, zinco, vitamina D, B12, quando deficientes e sob orientação médica.
Posso fazer detox nessa fase?
Protocolos agressivos não. O foco é reduzir exposição e cuidar da nutrição. Conseguimos uma excelente resposta com artificios de estimulo dos filtros do organismo (fígado e rim por exemplo).
Pintar o cabelo faz mal ao bebê?
Tinturas suaves, sem amônia e chumbo, costumam ser melhor toleradas. Sempre observe sensibilidade no couro cabeludo.
O cabelo volta ao normal mesmo amamentando?
Na maioria dos casos, sim. A recuperação é gradual ao longo dos meses.
Fontes e evidências
Sociedade Brasileira de Dermatologia — recomendações sobre alopecia no puerpério.
American Academy of Dermatology (AAD) — postpartum hair loss.
PubMed — segurança de suplementos em lactação.
Agência Europeia de Químicos — riscos de formol, amônia e chumbo em cosméticos.
Médica com foco na queda capilar no puerpério, queda capilar feminina e segurança na amamentação.